Espaço, um presente para a Capital catarinense, continuará em uso na Escola Silveira de Souza após a mostra
Na constante evolução e repetição do dia a dia, o movimento da vida nos coloca no piloto automático e a conexão com o ar livre se torna cada vez mais necessária para o equilíbrio interno.
Pensando em proporcionar um espaço de contemplação e pausa, a SACKS Arquitetura criou o ambiente Praça da Ilha na CASACOR/Santa Catarina 2022. Além de destacar o coração da Escola Silveira de Souza, a placa de sua fundação, de 1913, a praça é um presente para a cidade – permanecerá em uso mesmo após a mostra, quando a escola se transformará em um centro cultural. A exposição vai até dia 30 de outubro.
É a estreia da arquiteta Fernanda Sacks na mostra. Natural de Novo Hamburgo (RS), desde 2019 ela comanda o escritório especializado em arquitetura contemporânea na cidade de Garibaldi, e a participação na mostra marca a estreia do escritório em Florianópolis.
Com o tema Infinito Particular, nesta edição a exposição convidou os arquitetos participantes a criarem ambientes que valorizem a natureza e priorizem o bem-estar físico, mental e espiritual. Nesse contexto, a Praça da Ilha é uma homenagem ao Infinito Particular Regional, um tributo às características tão singulares de Florianópolis: a paisagem natural local, seu clima e a forma de viver das pessoas.
Com design orgânico e conectando traços fluidos com materiais em sua forma bruta, a Praça tem 350m² e possui uma atmosfera que prioriza tons escuros e terrosos, associados a elementos naturais. Os elementos orgânicos vistos de cima remetem à Ilha e expressam a continuidade constante do limite que nunca se atinge: o Infinito. O efeito do aço exposto à maresia destaca e emoldura a placa de sua fundação da escola.
“A paisagem natural regional do mar envolvido pelas montanhas de densa vegetação é impressa neste projeto conceitual pelo espelho d’água e suas grandes floreiras de moreia nos contornos. A cobertura metálica, com seus traços também fluidos, traz o tramado das redes de pesca, tão tradicionais na região”, explica Fernanda.
O projeto de paisagismo assinado pela KREBS+, com vegetação monocromática composta por moreias, conversa com a arquitetura do ambiente. Já o mobiliário do espaço é da linha da Eco Flame Garden com o Projeto Tamar, que utiliza as problemáticas redes de pesca fantasmas na fabricação dos produtos.
O projeto luminotécnico desenvolvido pelo lighting designer William Imianovsky busca recriar e conectar o visual de um ambiente natural com vegetação ao redor da água, trazendo o olhar para as luminárias Ouroboros, que lembram a planta aquática Taboa. Um dos destaques do projeto, a luminária também é confeccionada em material sustentável, o bioplástico, produzido a partir de fontes naturais como milho e café, o que a torna biodegradável.
“É uma arquitetura monumental, uma homenagem à ilha de Florianópolis e à Escola Silveira de Souza, para que o ambiente permaneça para o uso cultural após a mostra, assinando mais um marco na memória do lugar”, finaliza a arquiteta.