Lucas Milk comemora 9 anos de trajetória na tatuagem, com arte na pele e olhos no futuro

De publicitário a tatuador renomado, Lucas Milk construiu uma carreira marcada por autenticidade, propósito e inquietação criativa. À frente do Milk Ink, estúdio localizado em Florianópolis, ele celebra nove anos de uma caminhada que mistura talento, gestão e uma paixão inegociável pela arte.

O universo da tatuagem ganhou novos contornos nos últimos anos — e Lucas é parte ativa dessa transformação. De 2016 pra cá, o Milk Ink se consolidou como um dos estúdios mais conhecidos do Brasil, reunindo uma equipe diversa e uma clientela que vai de nomes famosos a histórias anônimas, mas igualmente potentes.

Uma jornada que começou no improviso e virou referência

Antes de segurar a máquina de tatuar, Lucas era diretor de arte em uma agência de publicidade. A virada aconteceu com o incentivo do amigo de infância, Daniel Heil, neto da artista catarinense Eli Heil. Foi com ele que Lucas deu os primeiros traços — literalmente.

Um ano depois, em 2016, ele fundava o Milk Ink, no bairro Trindade, com a ideia de criar um estúdio que fosse muito mais do que um ponto de tatuagem: um espaço de expressão, estética e experiência. Hoje, são 26 profissionais no time, cada um com seu estilo, mas unidos pela mesma ética de cuidado e excelência.

Arte que conecta, representa e transforma

Ao longo da carreira, Milk tatuou nomes como Lucas Lucco, André Santos, Beatriz Linhares, Caio Souza e membros do Cacife Clandestino — mas o que move seu trabalho está longe dos holofotes. Para ele, a tatuagem é uma ferramenta legítima de expressão. Já desenhou aros olímpicos, símbolos ligados ao câncer de mama e tantas outras marcas que resgatam autoestima e eternizam momentos.

“Com tanta informação disponível, já passou da hora de quebrar os preconceitos. Tattoo não tem a ver com marginalidade. É arte. É identidade”, afirma.

De Floripa para o mundo

Lucas divide o ano entre o estúdio e viagens pelo Brasil e Europa — lugares onde busca referências, troca experiências e mergulha em novas técnicas. Já passou por Espanha, Bélgica, França e Holanda, sempre com a ideia de trazer novidades para seus clientes e ampliar seu repertório.

Essas conexões, somadas ao uso estratégico do Instagram — que explodiu justamente quando ele começava — ajudaram a projetar a marca Milk Ink para além das fronteiras de Santa Catarina.

Gestão criativa com alma e estratégia

Gerir um estúdio com 26 artistas exige mais do que organização. É preciso sensibilidade. “As personalidades e estilos são diferentes, mas o padrão de entrega precisa ser o mesmo”, explica Pin Bittencourt, sócio-administrador da Milk. “Cuidar disso é garantir que o cliente viva uma experiência de excelência — com arte, empatia e escuta.”

E isso faz diferença num mercado em plena expansão: segundo a Fortune Business Insights, o setor de tatuagens deve saltar de 2,43 bilhões de dólares (2025) para 4,83 bilhões até 2032. E Floripa, onde a tatuagem virou praticamente item de identidade local, é um ponto estratégico dentro desse cenário.

Olhos no presente, pés no agora — e mente no futuro

Às vésperas de completar uma década de carreira, Lucas Milk já tem planos em vista: “Essas idas e vindas para fora agregam muito. Quero continuar expandindo, estudando, tatuando. Talvez ficar mais conhecido fora também. Quem sabe?”, projeta.

Mais do que um estúdio, o Milk Ink virou símbolo de uma nova geração de tatuadores — gente que mistura arte com escuta, técnica com afeto, e que transforma cada sessão em uma forma de contar (e marcar) histórias.