Jogadora de futsal e futebol, a atleta catarinense Joane Ribeiro, de 23 anos, sempre teve o sonho de estudar e jogar futebol em uma universidade dos Estados Unidos. Depois de meses de aplicações e contatos com mais de 300 instituições americanas, ela foi convidada para integrar o time feminino da Westcliff University, em Irvine, na Califórnia. Conquistou uma bolsa parcial, e o desafio agora é reunir 12 mil dólares para pagar as despesas do primeiro ano da universidade. A previsão de embarque é em agosto de 2020 e a atleta criou uma vaquinha no site Abacashi para quem tiver interesse em apoiá-la financeiramente.
“Cheguei a receber outras propostas, mas os valores estavam inviáveis para mim. Já estava quase desistindo quando recebi essa bolsa na Westcliff University. Ela não é integral, então preciso arrecadar recursos para arcar com os custos do primeiro ano da universidade. Nesse período, temos que ter dedicação exclusiva. Depois de um ano, poderei trabalhar fora do campus”, explica Joane.
Moradora de Florianópolis e natural de Jaraguá do Sul, Joane joga futsal e futebol desde os sete anos. Começou na equipe da WEG, na cidade natal, e depois passou por outros times de cidades catarinenses e de Belo Horizonte, onde morou na adolescência. Não é a primeira vez que a atleta tem a oportunidade de estudar e jogar nos Estados Unidos – aos 15 anos, perdeu a chance por falta de condições financeiras. A experiência a desanimou e fez com que ela desistisse de jogar futebol por alguns anos.
“Passei por muitas dificuldades, preconceito e homofobia, então desisti. Há cerca de dois anos, fui visitar uma amiga em Belo Horizonte e ela estava se preparando para ir jogar nos EUA. Fiquei com isso na cabeça. É muito mais fácil para quem tem condições financeiras, mas eu queria muito ter essa oportunidade também. Então comecei a ir atrás do meu sonho novamente”, conta.
Agora, Joane está determinada a fazer o sonho virar realidade. Quem quiser ajudar, é possível contribuir com a vaquinha com valores a partir de R$ 10, e também por meio da divulgação da campanha.
“Não esperava essa repercussão, estou bem feliz que a galera está apoiando e vendo uma luz no fim do túnel para o futebol feminino. Por muitos anos, nós fomos proibidas de praticá-lo e isso afetou muito o esporte (a proibição durou de 1941 até 1979). Para ter uma ideia, o Real Madrid criou esse ano o primeiro time feminino, sendo que ele já tem 118 anos de existência. E no Brasil, a seleção feminina só foi criada 70 anos depois da masculina. Nos Estados Unidos, além de jogar eu vou estudar business com foco no esporte, e depois quero continuar ajudando o futebol feminino a crescer e abrir portas para outras mulheres”, completa Joane.