A designer Beatriz Ricci deu uma cara original para a lendária capa do botijão de gás e tem chamado a atenção no estúdio manifesto do arquiteto Jeferson Branco na CASACOR Florianópolis 2021. Ela com 20 e ele com 27 anos já fizeram outros dois projetos juntos, um deles internacional. A originalidade da peça de Beatriz compondo a cartela de brasilidades do aconchegante ambiente de Jeferson segue em exposição até 29 de agosto.
“O botijão foi a minha primeira “peça”, isso é o mais doido, pretendo investir muito nessa concepção de arte e explorar mais a Beatriz artista”, diz Beatriz Ricci, designer de 20 anos que assina uma das obras mais pitorescas da mostra. Ela pintou um botijão de gás numa releitura das capinhas de botijão, peça que compõe a nostálgica curadoria de objetos da cozinha do arquiteto Jeferson Branco para a kitnet que assina na mostra batizada de “Meu.coração.queima’. O ambiente de 51m² costura a casa de praia da infância, a casa da vó e a própria casa da gente com direito a cheirinho de café com canela nas entrelinhas. Colocando lado a lado o botijão de gás pintado por Beatriz e as carrancas marajoaras produzidas pelo seu Izaias lá no Pará, por exemplo, o arquiteto também quer provar que o Brasil inteiro cabe no seu estúdio manifesto porque ali tem um pouquinho de toda casa brasileira.
“Há um tempo eu já vinha estilizando coisas não tão óbvias com essa textura, como uma cadeira de plástico por exemplo. O Jeferson sempre me acompanhou e me apoiou muito, e a ideia de trazer essa arte para o botijão, objeto dificilmente encontrado em projetos de arquitetura, foi um convite inusitado, confesso”, conta Beatriz sobre a origem da ideia. E os traços empregados na obra vista na CASACOR já estão se consolidando como marca registrada da designer que por muito tempo manteve esta textura original apenas no virtual, no software padrão para gráficos vetoriais, mas que há um ano e meio materializa sua arte, literalmente, em qualquer área. “Seja com uma caneta e uma superfície qualquer, eu já consigo replicar essa textura e transformar o simples em algo original, decorativo e único, considerando que os contornos não saem iguais, apenas a ideia da textura” diz ela.
Em parceria com Jeferson Branco, que aos 27 anos já está na sua segunda CASACOR, Beatriz já desenvolveu dois outros projetos utilizando-se da mesma textura, um ambiente onde o padrão de contorno do design estava presente como pattern na parede, e o outro, internacional, em que dividiram a concepção da identidade visual, ele no design de interiores e ela no branding da marca. Sobre este trabalho especifico para a CASACOR SC, Beatriz define: “Explorei o contraste da caneta branca na superfície preta fosca para que a neutralidade ocupasse espaço e conversasse com a casa original do brasileiro, onde sempre encontramos algo estilizado e único. Poderia até dizer que peguei a ideia das roupinhas para botijão, que as nossas avós faziam, e transformei em algo mais cool e artístico”.