Especialista em comunidades digitais e Geração Z destaca como o programa tem dedicado cada vez mais espaço para a seleção de participantes jovens e como isso influencia a repercussão do reality show nas redes sociais
São Paulo, abril de 2023 – O BBB 23 chegou ao fim e automaticamente as inscrições para a próxima temporada já foram abertas. Após os boatos alegando que os famosos não iriam mais participar do programa, o diretor de criação, Boninho, confirmou por meio de um vídeo em suas redes sociais que o formato com camarotes e pipocas segue firme para o BBB 24.
Devido à sua grande abrangência nacional e por apresentar muitas vantagens, pessoas de diferentes idades sonham em ter a chance de participar do reality show mais famoso do país. No entanto, é possível notar que nas últimas edições, o programa tem optado por selecionar participantes cada vez mais jovens. Porém, será que a geração Z ainda tem interesse em participar?
Dados do Google Analytics, referentes ao período do mês de janeiro, quando o reality show entrou no ar, apontam que o Big Brother entrou para os assuntos mais falados do Brasil no Twitter todos os dias desde a sua estreia, além de ter virado trend com o #BBB23. No primeiro mês, arrematou 20,9 milhões de tweets e se tornou o programa mais comentado do Brasil e do mundo.
Segundo Luiz Menezes, CEO da Trope, martech especializada em soluções de negócios para marcas com foco na geração Z, uma grande parte dos responsáveis por esse feito no Twitter são os mais jovens. Esse público tem sido um dos focos do programa, visto que conseguem movimentar as redes sociais de maneiras distintas e assim gerar cada vez mais engajamento ao reality e marcas anunciantes.
Afinal, com os recursos e os avanços das redes sociais, o Big Brother Brasil já deixou de ser um entretenimento exclusivo da televisão. “Atualmente, o BBB pode ser consumido pelos mais variados tipos de formatos e difundido por diferentes meios e canais, principalmente pela internet. É um fenômeno transmídia e um produto extremamente lucrativo, capaz de impactar o país inteiro”, ressalta Menezes.
O Kantar IBOPE Media afirma que 40% da faixa etária que mais assiste BBB é de 18 a 30 anos, ou seja, um grupo das gerações Z e millennials que domina as redes e fica menos tempo sentado em frente à TV. Pesquisa de 2022 feita pela Ofcom, agência reguladora britânica, confirma que os jovens assistem quase sete vezes menos televisão do que pessoas com 65 anos ou mais, passando menos de uma hora vendo o aparelho.
Diante deste cenário, imagina-se que por acompanharem e comentarem o programa, o público mais jovem também esteja presente dentro da casa. Nesta edição, a idade dos vinte e dois participantes selecionados foi de 23 a 41 anos, sendo que dez participantes estavam na faixa dos 20 anos, onze participantes na faixa dos 30 anos e apenas uma participante na faixa dos 40 anos.
A Geração Z engloba pessoas nascidas de 1996 a 2010, então os mais velhos estão com 27 anos atualmente. Dentro dessa faixa etária, o BBB 23 contou com oito participantes. Sendo que ano passado, foram sete participantes do nicho. “Mesmo que a GenZ não seja maioria, os mais jovens são o destaque. Acredito que isso tenha relação com o que é visto fora da casa, assim como também influência das marcas”, afirma o especialista.
Menezes explica que os patrocinadores do reality show podem ter um peso grande na tomada de decisões por parte da produção do BBB, já que investem altas quantias em dinheiro. As marcas querem pessoas alinhadas com suas ideias e que estejam ligadas no que está acontecendo, para que mesmo dentro do programa, consigam gerar uma conexão com quem assiste e atuem como uma espécie de propaganda positiva. Por exemplo, questões relacionadas à diversidade muito discutidas nesta edição.
Por outro lado, é preciso ressaltar que existem prós e contras em ser um participante do Big Brother Brasil. “Há alguns anos, não tinha essa superexposição no online, mas o que vem acontecendo é o seguinte: as pessoas mal entram e já ficamos sabendo sobre suas vidas na internet. Esse é um dos principais motivos que faz com que nem todos da GenZ queiram se inscrever para participar do programa. Afinal, o BBB não é mais sobre o prêmio, mas sobre alcançar novas audiências e comunidades, tendo sua imagem vista e voz ouvida no país, e há quem busca valorizar o anonimato”, finaliza Menezes.
Sobre a Trope
Trope é uma martech especializada em soluções de negócios para marcas com foco na geração Z. Criada em 2021, a Trope tem o propósito de impulsionar o protagonismo dos nativos digitais. A empresa tornou-se especialista em cocriar projetos, prestar consultoria e fazer estudos e pesquisas que entendam os hábitos de consumo dos nativos digitais. A Trope também atua com uma aceleradora e um hub de influenciadores para talentos em ascensão. Entre os principais clientes atendidos pela Trope estão: Mondelez, Meta, P&G, Oi e mais. Mais informações no site.