‘Chegança – um lugar ao sol, um lugar ao sul’, de Sirli Freitas, foi desenvolvida ao longo de cinco anos e pode ser visitada até 3 de dezembro no Museu da Imigração do Estado de São Paulo
A artista, pesquisadora e fotojornalista Sirli Freitas ocupa uma das salas do Museu da Imigração do Estado de São Paulo com a exposição ‘Chegança – um lugar ao sol, um lugar ao sul’. A mostra, que reúne fotografias, vídeo-cartas e instalação, pode ser visitada até 3 de dezembro, na capital paulista.
Desenvolvida ao longo de cinco anos, a mostra retrata o processo da imigração haitiana em Santa Catarina, principalmente da comunidade haitiana na cidade de Chapecó, que fica na região Oeste de Santa Catarina. “Tentei registrar, através das imagens e das vídeo-cartas, esse processo sensível que é sair de seu país de origem e fazer morada longe de casa. Chegança fala sobre chegar, unir forças com os seus e permanecer”, compartilha a fotógrafa.
O trabalho iniciado em 2018 aborda três eixos temáticos, que segundo a pesquisadora, foram elencados pelos haitianos como fundamentais no processo de imigração: a comida, a espiritualidade e a beleza.
“Chegança busca trazer, através da arte e da cultura, um capital social, ético e estético, para um diálogo pleno com a sociedade e propõe ainda um novo olhar sobre as pessoas retratadas. Tanto que muito mais do que uma exposição temporária de uma artista do interior, numa das principais capitais do Brasil, a mostra é um documento histórico-cultural”, completa.
Sobre a artista
Formada em Comunicação Social pela Universidade Comunitária Regional de Chapecó – Unochapecó, com Especialização em Letras, Língua e Literatura pela mesma instituição, Sirli Freitas atua como fotojornalista e produtora cultural. Contemplada pelo Prêmio Marc Ferrez de Fotografia através da Funarte, em 2021, integrou, no mesmo ano, a primeira “Coleção de Minizines Só Edições”, que destacou a pesquisa de 10 fotógrafos brasileiros. É uma das idealizadoras do Primeiro Museu Multimídia Kaingang de Santa Catarina, reconhecido pelo Iphan na 35ª edição do Prêmio Rodrigo Mello Franco de Andrade e do projeto “A Casa é um mar cheio de portos”, onde registra o processo de migração a partir de diferentes eixos. Seu trabalho e pesquisa fotográfica é um mergulho em culturas que estão às margens da sociedade, e está diretamente ligado à cultura dos povos indígenas e caboclas. Em 2023 produziu seu primeiro curta-metragem, Paraíso Kaingang, com previsão de estreia em 2024 e o seu próximo projeto fotográfico, Esses campos que me habitam, retratando os caboclos do Oeste Catarinense.