
Após semanas de especulações, o Grupo Prada confirmou oficialmente nesta quarta-feira (10) a aquisição da Versace, até então sob o controle da Capri Holdings, por € 1,25 bilhão de euros. A operação marca uma movimentação estratégica de peso no cenário da moda internacional, unindo duas das maiores potências italianas sob o mesmo guarda-chuva.
“Estamos muito satisfeitos em receber a Versace no Grupo Prada e construir um novo capítulo para uma marca com a qual compartilhamos um forte compromisso com a criatividade, artesanato e herança”, declarou Patrizio Bertelli, presidente e CEO do grupo. Segundo ele, o objetivo é honrar e reimaginar a ousada estética da Versace, oferecendo uma base sólida sustentada por décadas de investimentos e parcerias duradouras.
Reestruturação e novos rumos
A decisão da Capri Holdings de vender a Versace veio após o bloqueio da fusão com a Tapestry Inc. (dona de Coach e Kate Spade), feito pela Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos, em novembro passado. Desde então, a holding iniciou um processo de reestruturação, focando na expansão da Michael Kors, sua principal marca, e buscando compradores também para a Jimmy Choo.
Nova direção criativa para a Versace
O anúncio da venda coincide com mudanças significativas no comando criativo da maison. Em março, a Versace nomeou Dario Vitale como novo diretor criativo, marcando o fim de uma era. Donatella Versace, que esteve à frente da criação por quase três décadas após o assassinato de seu irmão Gianni Versace, assume agora o papel de embaixadora-chefe da marca.
Vitale, que integrou a equipe da Miu Miu (marca do Grupo Prada) entre 2010 e 2024, onde atuou como diretor de design e chefe de imagem, traz uma visão contemporânea e refinada que deve dialogar com o DNA ousado e sensual da Versace — agora em nova fase.
Uma nova fase para a moda italiana
A aquisição representa mais do que uma mudança de controle: é uma promessa de sinergia entre tradição e inovação, com o Grupo Prada assumindo um papel ainda mais central no futuro da moda global. Resta saber como essa nova fase da Versace se desenvolverá sob a tutela de um dos grupos mais respeitados do setor — e como os fãs da grife vão reagir à renovação de sua identidade criativa.