Ontem à noite, o tapete vermelho mais emblemático da moda se transformou num verdadeiro manifesto. O Met Gala 2025 nos lembrou, mais uma vez, que a roupa pode — e deve — carregar história, identidade e orgulho. O tema deste ano, “Superfine: Tailoring Black Style”, celebrou a elegância, a força e a ancestralidade da moda preta, com foco na alfaiataria como forma de expressão, afirmação e resistência.
Sim, teve brilho, teve volume, teve drama (afinal, é o Met), mas o que ficou foi o significado por trás de cada escolha. A inspiração veio do movimento Black Dandyism — uma estética que, ao longo da história, subverteu códigos sociais e usou a sofisticação como arma política. Alfaiataria como posicionamento. Estilo como escudo. Aparência como ato de presença.
Os anfitriões da noite foram uma aula de potência estética e simbólica: Pharrell Williams, Lewis Hamilton, Colman Domingo e A$AP Rocky, sob a eterna batuta de Anna Wintour. Cada um deles trouxe uma leitura diferente do tema, e o resultado foi uma passarela viva de narrativas, silhuetas e intenções.
Destaques? Muitos.
Zendaya apareceu com um look arrebatador, num desfile à parte que deixou claro: ela não brinca em serviço.
Lewis Hamilton escolheu um terno inspirado na estética afro-diaspórica, feito por designers negros e pensado como ode às suas raízes.
Khaby Lame apostou em um visual que equilibra tradição e vanguarda, minimalismo e provocação.
Doja Cat, como sempre, performou moda com inteligência — trazendo ironia e arte no mesmo corpo.
Rihanna, por sua vez, entregou muita beleza – e uma barriguinha que confirmou sua nova gravidez!
O mais bonito de ver? Foi a moda em sua versão mais inteira. Não a que se esvazia em tendências descartáveis, mas a que pulsa com memória, subjetividade e coragem.
Num mundo que muitas vezes encara a moda como futilidade, noites como essa nos lembram que vestir é verbo — e que ele pode ser conjugado com ancestralidade, crítica, desejo e afeto.
Foi bonito, foi político, foi potente. E que bom que a moda ainda pode ser tudo isso.