Assistir filmes de época é como entrar em uma máquina do tempo rumo à eras passadas. Comportamentos, figurinos, cenários, disputas políticas e sociais. Basicamente, um retrato de como funcionava a sociedade em períodos que ajudaram a construir todas as nossas concepções contemporâneas. Normalmente, são obras em que a fotografia se destaca e os diálogos remetem a um dicionário não mais convencional aos dias atuais.
Além de rico é interessante e, pensando nisso, fizemos uma seleção de oito filmes imperdíveis. Vem ver:
A Favorita
Na Inglaterra do século XVIII, Sarah Churchill, a Duquesa de Marlborough, exerce sua influência na corte como confidente, conselheira e amante secreta da Rainha Anne. Seu posto privilegiado, no entanto, é ameaçado pela chegada de Abigail, nova criada que logo se torna a queridinha da majestade e agarra com unhas e dentes à essa oportunidade apresentada.
A Favorita gira em torno de três grandes mulheres. A primeira delas, a rainha Anne, encarnada exemplarmente como uma figura infantilizada, é inclinada a terceirizar suas responsabilidades de monarca. Sua melhor amiga e conselheira, Sarah, geralmente serve de interlocutora entre ela e seus membros de conselho, então em polvorosa por conta de uma guerra contra a França. Já Abigail, ascende rapidamente das humilhações da cozinha aos salões em que são tomadas decisões capitais. Logo é estabelecido um triângulo, com a confidente e a novata digladiando-se pela atenção da mais alta autoridade da Inglaterra.
Anna Karenina
No século XIX, Anna Karenina é casada com Alexei Karenin, um rico funcionário do governo. Ao viajar para consolar a cunhada, que vive uma crise no casamento devido à infidelidade do marido, ela conhece o conde Vronsky, que passa a cortejá-la. Anna resolve se separar de Karenin, só que o marido se recusa a lhe conceder o divórcio e ainda a impede de ver o filho deles.
A ideia de levar uma nova abordagem à adaptação do clássico de Liev Tolstói veio da leitura de Natasha’s Dance, em que Orlando Figes descreve a aristocracia russa como “pessoas vivendo em cima de um palco, onde tudo era encenado”. O diretor Joe Wright tomou para si o conceito e decidiu transformar a metáfora para exageros sociais no fio condutor do seu filme.
A Noviça Rebelde
Quem não lembra deste clássico? Na Áustria da década de 30, a noviça Marian (Julie Andrews) não consegue se adaptar às normas de conduta religiosas. Como resultado, ela vai trabalhar como governanta na casa do capitão viúvo Von Trapp (Christopher Plummer) e muda radicalmente a rotina da família.
Orgulho e Preconceito
Antes de interpretar uma esposa infeliz a adúltera em Anna Karenina (2012), Keira Knightley ainda fazia o papel de uma jovem adulta em Orgulho e Preconceito (2005). A trama se passa no final do século XVIII, quando o sonho da maioria das garotas era encontrar um homem rico que lhe garantisse um bom futuro. Mas Elizabeth (Knightley) não quer seguir os planos impostos pela família, apaixonando-se por um homem tímido e misterioso (Matthew MacFadyen).
A Duquesa
No século 18, a jovem Georgiana torna-se a Duquesa de Devonshire. Bonita e com personalidade forte, ela rejeita o papel de ser apenas a esposa do Duque, causando tensão entre a família. Complicando a situação, sua relação com o marido se deteriora ainda mais por não conseguirem ter um herdeiro.
O Grande Gatsby
Nick Carraway (Tobey Maguire) tinha um grande fascínio por seu vizinho, o misterioso Jay Gatsby (Leonardo DiCaprio). Após ser convidado pelo milionário para uma festa incrível, o relacionamento de ambos torna-se uma forte amizade. Quando Nick descobre que seu amigo tem uma antiga paixão por sua prima Daisy Buchanan (Carey Mulligan), resolve reaproximar os dois, esquecendo o fato dela ser casada com um velho amigo.
12 Anos de Escravidão
Adaptação do romance de Solomon Northup, o filme conta a história de um homem nascido livre, mas que é vendido como escravo. Enganado após receber uma proposta de trabalho, ele é enviado a Nova Orleans e recebe nova identidade.
Vai enfrentar a crueldade dos seus proprietários enquanto tenta sobreviver aos conflitos vividos pela família de brancos.
O detalhe é que Solomon, quando vivia em Nova York como homem livre, tinha família formada, com mulher e dois filhos. E é a eles que Solomon volta após os 12 anos do título, quando consegue retomar sua liberdade.
O filme também venceu como Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Atriz Coadjuvante, entregue a Lupita Nyong’o.
O Discurso do Rei
Mais um drama histórico que conquistou os membros da Academia. Este é baseado na vida do rei britânico George 6º, que, logo após assumir o trono, precisou superar a gagueira para se dirigir ao império.
Ele contrata o terapeuta australiano Lionel Logue para tentar superar esse problema de fala. Os métodos não são nada convencionais e provocam resistência do monarca até chegar a 2ª Guerra Mundial, quando o rei precisa fazer um pronunciamento para a nação.
O Discurso do Rei venceu quatro prêmios Oscar: além de Melhor Filme, levou também o de Melhor Diretor (Tom Hooper), Melhor Ator (Colin Firth, que faz o rei) e Melhor Roteiro Original.