Eduardo Velloso, CEO da Trastevere, destaca que os principais erros estão na documentação incompleta, divergência nas certidões e desatenção com os formulários
Não existe nada pior do que longas esperas e muita burocracia por algo que se sonha há tanto tempo. Quando isso acontece, por frações de segundos, soluções mais ‘práticas’ para resolver essas questões aparecem no cotidiano, mas isso pode custar muito caro futuramente.
Isso também acontece quando o assunto é a conquista da cidadania italiana. Seja no particular ou buscando ajuda de terceiros. Afinal, sendo generosos, as filas dos processos de dupla cidadania nos Consulados Italianos no Brasil estão demorando pelo menos 10 anos, ou seja, se o assunto for de urgência para sair do País, por esse caminho, isso não vai acontecer tão cedo.
Mas, com a pressa de finalizar o processo, algo no meio do caminho pode dar errado. Por isso, Eduardo Velloso, CEO da Trastevere, uma das maiores empresas de consultorias de cidadania italiana do País, observa pontos importantes do que pode ser um problema no processo de dupla cidadania.
Por exemplo, recentemente, o atacante do Arsenal, Gabriel Martinelli saiu nas páginas do jornal ‘La Repubblica’, por estar envolvido em uma investigação de falsa cidadania italiana. A investigação gira em torno de certificados de residência e passaportes italianos emitidos de maneira “muito flexível” pela cidade de Lauriano, nas colinas entre Turim e Asti. O brasileiro teria sido beneficiado por um certificado de residência concedido pelo município piemontês mediante a pagamentos feitos por uma empresa intermediária. A investigação segue em andamento.
Diante disso, o CEO da Trastevere observa que muitas pessoas têm o processo negado, ou até podem perder esse direito, por falta de informação, assessoria ou descuido, sendo necessário voltar para o início da fila de espera e começar tudo novamente. “O número de casos negado é menor do que o número de aprovados, porém, sempre existem esses riscos que precisam ser levados em consideração”, comenta.
Segundo ele, os principais erros estão na falta de documentos corretos ou insuficientes; não preencher corretamente os formulários, qualquer omissão ou erro pode prejudicar na solicitação; documentação mal traduzida em italiano; não ter o certificado de naturalização; não seguir as orientações do consulado, vale ressaltar que cada consulado tem suas próprias regras e procedimentos para a solicitação da cidadania; e por fim, divergências nas certidões, como nome, data de nascimento ou local de nascimento incorretos.
“É importante destacar que não existe mágica no processo e sim, paciência e cautela na formalização em cada etapa, que é tão importante quanto o processo completo final. Sabemos o quão importante é ter cada um desses documentos em mãos e documentos confiáveis, que não tenham problemas futuramente”, finaliza Velloso.