Fazer o trabalho de conclusão de faculdade em meio à pandemia do Covid-19 não é nada fácil – especialmente para os estudantes de moda, que precisam buscar materiais e usar ateliês para produzir uma coleção. E mesmo assim a gente aguarda o trabalho dos graduandos da Central Saint Martins, em Londres, com grande expectativa.
Entre as cinco melhores coleções da turma de 2020, o destaque vai para a especialista em tricô Jisoo Jang, que utilizou materiais como bioplásticos e papel lavável cortado a laser. O resultado são peças que envolvem sustentabilidade, personalidade e diversão, principalmente pelos diferentes padrões de corte no papel lavável.
Outro destaque é James Walsh, que criou uma coleção feminina inspirada na beleza imóvel das estátuas. As “esculturas que podem ser vestidas” foram feitas com impressão 3D, com ácido poliláctico reciclado e biodegradável. Resultado: zero desperdício.
No masculino, o também sul-coreano Jiyong Kim, desenvolveu seu projeto a partir de peças vintage, garimpadas em brechós, que já estavam desbotadas pela ação da luz. A partir daí, ele criou “estampas” usando exatamente os efeitos da exposição ao sol, sem nenhuma substância química.
Mas foi a francesa Margaux Lavevre que realmente mergulhou no universo da estamparia e se especializou na área. Suas peças foram inspiradas num álbum de música eletrônica produzido por ela em parceria com dois amigos durante a criação da coleção. Todas as faixas do álbum, que não tem começo nem fim, possuem a mesma duração e, assim como a coleção, propõe questionamentos sobre nossa percepção de tempo e movimento.
Por último, mas não menos importante, a coleção Encontrando Beleza e Poder nas Dificuldades, do estilista filipino Jessan Macatangay, graduando de Design de Moda com Marketing. A inspiração vem da capacidade do ser humano de se adaptar a novas realidades e superar obstáculos – representados por meio de cadeiras desconstruídas.